sexta-feira, agosto 05, 2005

1984


Orwell, George, 1903-1950. 23a edição, São Paulo: Editora Nacional, 1996.

A dominação da sociedade por meio de uma entidade intelectualmente ‘superior’ é assunto abordado por vários autores. Sabe-se que a Arte retrata a sociedade, com efeito, parece impossível que o indivíduo se desvincule de sua história em meio à sociedade para trabalhar a Arte. No começo do século XX os indivíduos tomaram consciência de que a tecnologia e a sociedade começavam a avançar e tomar um rumo temido por muitos que retrataram o assunto em suas obras, numa espécie de pessimismo em relação ao futuro, autores como Aldous Huxley (1894 – 1963) e George Orwell (1903 – 1950) pensaram um futuro dominado pelo Estado onde as vontades das pessoas eram meramente reflexos do que o Estado lhes permitissem gostar. Com o auxilio da tecnologia avançada, em O admirável mundo novo (Aldous Huxley) retrata o manejo social mediante a mutação do humano cientificamente transformados em castas, estas felizes em suas condições e funções sociais, a meta era ser feliz aceitando a si mesmo e aos outros, viver em paz e harmonia mediante a um controle total da personalidade de cada individuo da sociedade. Em 1984 (George Orwell) mostra-nos um controle social baseado nos interesses alheios de conquista de poder, para isso o Estado necessitava alienar toda a civilização para que esta se conformasse com a vida que levava e não somente isto, mas também gostar da própria vida. Neste livro o uso da tecnologia é direcionado a espionagem permanente dos indivíduos para que estes não manifestem nenhuma ‘vontade’ alheia ao que o Estado incita e permite. Nos dois livros os personagens principais agem em rebeldia reflexiva, e questionamentos, eles escapam a alienação e por isso são punidos. Os dois livros são interessantes para o estudo sociológico da condição social, os assuntos são atuais e não é difícil relacionar nossa vida hoje com a ‘previsão’ dos autores, é uma leitura prazerosa e envolvente, para quem gosta de assuntos sociais o livro é indispensável.